Biofilia: o que é e como usá-la na Arquitetura


biofilia residencial

O termo Biofilia foi criado pelo psicólogo social Erich From, mas ficou conhecido pela aplicação nas teorias do sociobiologista Edward Wilson (1984), que escreveu um livro com o título Biofilia.

Ele descreve o termo, como uma tendência do ser humano a voltar as suas atenções para as ‘coisas’ vivas. vivo, podemos considerar que, também, seja um amor à natureza; ao verde.

Literalmente, Biofilia que dizer amor (philia) à vida (bio), mas, como elemento 

Em 1994, Edward publicou um segundo livro, dessa vez em parceria com Stephen Kellert, intitulado “A hipótese da biofilia”, que discute a possibilidade de haver base genética para nosso apreço pela natureza.

Uma vez que a dinâmica contemporânea não permite que as pessoas passem tempo suficiente em contato com o meio ambiente, revelou-se fundamental incorporar a natureza nos ambientes humanos.

O design biofílico surge em resposta à necessidade humana de se conectar com a natureza, estendendo essa conexão com a natureza aos espaços humanos construídos.

O design biofílico é a chave, não apenas para ambientes mais saudáveis e melhores condições de vida, mas também são estimulantes, aumentam a capacidade cognitiva, a concentração e a produtividade.

A interação humana com a natureza proporciona um aumento atividade parassimpática, resultando em melhor função corporal e redução da atividade simpática. O resultado é diminuição do estresse e irritabilidade, e a capacidade aumentada de se concentrar.

Um dos grandes desafios para o design biofílico é abordar as deficiências dos espaços urbanos contemporâneos de forma a satisfazer a necessidade de conexão das pessoas com a natureza.

A proposta de uma cidade biofílica é criar um habitat para as pessoas, que funcione como um organismo biológico, promovendo a saúde e o bem-estar dentro dos espaços construídos.

A partir dessa visão, três tipos de experiências com a natureza, representam as categorias básicas do design biofílico.

Podem ser divididas entre: a experiência direta com a natureza, a experiência indireta e a experiência de espaço e lugar.

O urbanismo biofílico concentra-se na utilização de elementos naturais na concepção e função das cidades. Tais elementos reduzem o efeito das chamadas ilhas de calor, diminuem as cargas de aquecimento e resfriamento dos edifícios, melhoram a qualidade do ar, ajudam diminuir a violência urbana e a depressão.


Esses ambientes ou mesmo espaços urbanos que atribuem elementos naturais ao seu projeto atraem um público maior e despertam mais interesse de investimento por parte dos consumidores.

A aplicação bem sucedida do design biofílico sustenta a criação de uma comunidade natural robusta e sustentável. A cidade biofílica oferece mais áreas verdes, seus habitantes estão ativamente envolvidos em experimentar a natureza, por meio de caminhadas, contemplação de jardins ou parques. Esses espaços urbanos recebem mais atenção dos moradores e visitantes e os laços de pertencimento e lugar são mais consolidados nessas regiões.

As considerações a respeito das questões ambientais têm um peso determinante na concepção da arquitetura e do espaço construído. 

Foi a partir da década de 1980 que as questões da sustentabilidade chegaram até o âmbito da arquitetura e do urbanismo, e de acordo com alguns escritores, as maiores preocupações dentro do tema, giram em torno das questões energéticas, do crescimento acelerado das cidades e do consequente aumento na demanda pelos recursos naturais.

Nessa fase, começa a despertar a importância da arquitetura bioclimática e do conforto ambiental nos projetos.

Na Arquitetura teremos algumas formas de aplicarmos a Biofilia:

Vegetação:

A primeira coisa que pensamos quando falamos em elementos naturais são as plantas. Inegavelmente é a nossa conexão imediata com a natureza.

Integrar a vegetação com a arquitetura e trazer o verde para dentro dos nossos ambientes pode ser muito benéfico para o nosso bem-estar. Além disso, as plantas são purificadoras naturais do ar, melhorando a qualidade do ar interno. 

design de interiores

Iluminação Natural:

Há evidências crescentes de que somos mais saudáveis ​​quando nossos ritmos circadianos são equilibrados, certamente ter acesso à boa luz do sol ajuda muito com isso.

Intuitivamente, mapeamos a hora do dia observando as sombras e a luz do sol.

Quando estamos em ambientes iluminados, artificialmente, não percebemos a mudança de horário, por isso, nosso cérebro não recebe a informação que está anoitecendo e deixa de produzir melatonina, o hormônio que nos faz relaxar. Por consequência disso, muitas pessoas ultimamente, relatam dificuldades de dormir e cansaço, porque mesmo quando dormimos, nosso cérebro não descansa o que necessita.


 Ventilação Natural:

Abrir a janela e deixar entrar ar fresco também é importante para ajudar nessa conexão. Através de uma janela aberta podemos ouvir o som da chuva, o vento ou pássaros cantando, conectando-nos ao clima.

Entretanto muitas vezes isso não é possível, pois muitos de nós vivemos em cidades poluídas e barulhentas. Mas se conseguirmos abrir as janelas ao menos uma vez ao dia por alguns minutos já ajuda.

 

Vistas para o exterior

Espaços fechados onde faz nos sentirmos mais seguros, mas ao mesmo tempo, poder olhar para o horizonte, ajuda-nos a restaurar nossa sensação de segurança e conforto.

Uso de materiais naturais

Materiais naturais como madeira, pedra e bambu são preferíveis no design biofílico. Esses materiais oferecem uma variedade de texturas e padrões que reproduzem a variação sensorial que experimentamos na natureza.

Formas orgânicas

Hoje, a maioria dos nossos materiais de construção e decoração possuem linhas e ângulos retos, mas as formas orgânicas nos remetem a natureza e trazem uma sensação de bem-estar, pela profunda afinidade que temos com suas complexidades e beleza.

Nem todo ambiente é possível ter formas naturais no desenho do edifício, além de ser mais caro, mas os padrões da natureza podem ser usados ​​decorativamente e serem poderosos em nos conectar com o mundo natural.

Percepção do local

Como falado, anteriormente, é importante para o nosso bem-estar, ter noção do que acontecer no exterior.

Vistas para o exterior, assim como a iluminação e ventilação natural, são fundamentais para termos essa percepção do local. Mas, conectar a decoração do interior a esses elementos também ajuda nessa conexão.

Visto que com a economia global temos os mesmos materiais e produtos disponíveis em qualquer lugar, por conseguinte nossos ambientes têm uma sensação de ausência de localização, e não estão mais enraizadas aos materiais da região, ou refletem o clima ou a cultura local.

É interessante trazer para a edificação e seu interior elementos que conectem a região. Exemplificando: se a edificação tiver na praia, o ideal é utilizar uma decoração praiana e utilizar, sempre que possível, materiais e revestimentos locais.

Biomimética

A biomimética é a imitação dos processos da natureza e sua aplicação ao design das coisas cotidianas que fazemos.

A biomimética tem sido usada para criar colas que imitam a aderência que as conchas de mexilhões têm nas rochas, até o uso da textura da pele do tubarão no design de trajes de banho.

Na arquitetura, há muito tempo utiliza-se essas formas e padrões como inspiração, mas com a industrialização, estamos cada vez mais perdendo essas referências.

Água

Os espelhos d´água, fontes e lagos são excelentes formas de conectar a natureza à arquitetura e decoração.

Para alguns, o ruído da água traz relaxamento.

Mas, todos esses recursos, devem ser usados de acordo com o ambiente e o clima que a edificação está inserida.

 

Podemos concluir que, utilizando os conceitos da biofilia na arquitetura, contribuiremos com nossa saúde e bem-estar.

Quando formos projetar ou pensar no design de interiores de qualquer ambiente, podemos estudar os ambientes externos e aprender sobre o local.

Se entendermos sobre o ecossistema do local, estaremos prontos para trazer as lições e a beleza da natureza para dentro.



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